📝 ensaios e entrevistas
oie. vamos falar de oscar
Amigos da Recortes, feliz ano novo! Espero que seja um ótimo ano para todos nós. Enfim. Vamos falar de awards season? [som de vaias] Oba, vamos então!
As indicações do Oscar para Melhor Filme estão sendo votadas neste exato momento, e elas serão oficialmente anunciadas daqui a 10 dias (23/01). Se tratando de previsões para a premiação, sempre gosto de acompanhar o blog Tribuna do Cinema, que publica anualmente uma ótima análise sobre as prováveis indicações. Pelos cálculos de Pedro Barriga, escritor da Tribuna, já podemos cravar seis das indicações de Melhor Filme. São elas:
Barbie, de Greta Gerwig
Maestro, de Bradley Cooper
Vidas Passadas, de Celine Song
Oppenheimer, de Christopher Nolan
Pobres Criaturas, de Yorgos Lanthimos
Assassinos da Lua das Flores, de Martin Scorsese
Ainda sobraram quatro vagas, mas o Oscar tende a ser bem previsível. Não me surpreenderia em ver as indicações restantes sobrando para Os Rejeitados, American Fiction, Anatomia de Uma Queda e Zona de Interesse. Eu adoraria ver o excelente Segredos de Um Escândalo indicado, mas convenhamos que um filme sobre atores serem seres malignos não está caindo tão bem entre os votantes da Academia.
Minha honesta opinião? Não me recordo de ver uma seleção tão forte para o Oscar há muito tempo. Já assisti a maioria dos filmes listados acima e, apesar de não encarar nenhum deles como particularmente excelente1, consigo encontrar qualidades em praticamente todos, o que tende a ser uma raridade.
Quanto às indicações do cinema nacional, infelizmente teremos mais uma edição em que sequer chegamos a lista de pré-selecionados da Academia. O filme Retratos Fantasmas, de Kléber Mendonça Filho, havia sido escolhido para representar o Brasil tanto na categoria de Melhor Filme Internacional quanto de Melhor Documentário, mas acabou sendo esnobado em ambas categorias.
multiplot! - o erótico e pornográfico
Foi publicada na última semana de dezembro a nova edição da revista digital “Multiplot!”. A temática da edição é erótico e o pornográfico – um aprofundamento sobre as potências, problemáticas e abordagens da representação do sexo no cinema. Em discussão, artistas como Carlos Reichenbach, David Lynch, Ken Jacobs, Jean-Claude Brisseau, Neville d’Almeida, entre outros.
[…] O cinema é erótico desde que nasceu. Pela sua batalha contra a morte que inevitavelmente registra sua ação sobre os corpos das gentes, dos animais e das cidades; pelo limite que o enquadramento impõe, a fragmentação do todo que faz do extracampo uma provocação estendida ad eternum, uma inevitável, incontornável metonímia do mundo; a montagem que esconde ou ostenta a descontinuidade de cada plano; o “eterno enquanto dure” num plano de Apichatpong Weerasethakul ou James Benning ou Chantal Akerman. O cinematógrafo é uma ferramenta de continuação da imagem.
– João Lucas Pedrosa, Editorial – O Erótico e o Pornográfico.
A edição reúne 10 ensaios inéditos por Beatriz Vilela, Carolina Azevedo, Chico Torres, Gabriel Papaléo, Igor Nolasco, Luiz Soares Jr., Natália Reis, Pedro Tavares, Waleska Antunes, e foi organizada por Pedro Tavares.
Se me permitem puxar a sardinha, nosso colaborador Igor Nolasco escreveu um excelente ensaio sobre a “Boca do Lixo”, polo de produção cinematográfica histórico da cidade de São Paulo, e sua participação no cinema erótico (e, eventualmente, pornográfico) brasileiro.
entrevistas da semana
Alexander Payne, The Guardian e Vulture
🤔 o que assistir nesse final de semana?
wikipedia (gratuito): Stanley Donen
A internet ficou fervorosa no início do ano com o término da proteção autoral do curta Steambot Willie (1928), primeira aparição do personagem Mickey Mouse. Você sabia, no entanto, que o filme Charade (1963), de Stanley Donen, sempre esteve em domínio público devido a um problema nos créditos do filme? Ele está disponível gratuitamente na Wikipedia2.
Sinopse: Em Paris, Regina está prestes a se divorciar de seu marido quando descobre que ele foi misteriosamente assassinado logo após ter sacado todo o dinheiro do casal. Com o dinheiro desaparecido, a viúva é ajudada por Peter, que pode ou não ter interesses financeiros em relação a ela.
Duração: 113 minutos. Disponível para sempre.
mubi ($): Todd Haynes
A MUBI disponibilizou o filme Carol (2015), do cineasta estadunidense Todd Haynes.
Sinopse: Therese Belivet tem um emprego entediante em uma loja de departamentos. Um dia, ela conhece Carol, uma elegante e misteriosa cliente. Rapidamente, as duas mulheres desenvolvem um vínculo amoroso.
Duração: 118 minutos. Disponível por tempo indeterminado.
🍿 links de interesse
🎥 Saiu o Year in Review, a retrospectiva do Letterboxd para o ano de 2023 [site].
🖼️ Para a The Film Stage, o designer Jared Mobarak publicou uma lista elencando seus pôsteres favoritos de 2023, fora outras menções honrosas [artigo].
🖊️ O crítico Filipe Furtado lançou sua tradicional lista de 100 filmes favoritos de 2023, cada um brevemente comentado. É a lista de final de ano que eu mais aguardo, sempre [blog].
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Exceto Segredos de um Escândalo, claro.
Agradecimento especial à Helloá por me revelar essa fofoca.