🎏 cobertura de festivais
a 25ª edição do festival do rio
Terminou ontem (19/10) a 25º edição do Festival do Rio, a mostra de cinema anual mais aguardada pelos cinéfilos cariocas.
Como morador do Rio, o Festival tende a ser um dos momentos mais antecipados do ano. É aquele período mágico no qual acreditamos fielmente que conseguiremos seguir o impecável cronograma que bolamos no Excel para assistir todos os 19 filmes que nos interessam. Eu vou conseguir sair de uma sessão do Estação NET Gávea para chegar em outra 15 minutos depois, lá no Cine Odeon, na Cinelândia? Óbvio que sim! Basta ter fé.
Na mostra competitiva, o prêmio de melhor longa-metragem ficou para A batalha da Rua Maria Antônia, da cineasta Vera Egito, obra que retrata o evento homônimo de 1968, no qual estudantes e professores confrontaram o Comando de Caça aos Comunistas no prédio da Faculdade de Filosofia da USP. Foi premiado também, com o Prêmio Especial do Júri, o filme O dia que te conheci, de André Novais de Oliveira. Já o prêmio de Melhor Direção ficou para Lillah Halla, pelo filme Levante.
Não deixe de conferir a lista completa dos premiados do Festival do Rio!
Pessoalmente, consegui assistir a sete filmes nessa edição e gostaria de deixar minha indicação para três deles:
Leme do Destino, de Julio Bressane: “Não basta só assistir, é preciso ter paciência, porque às vezes as coisas saem do controle”, disse o cineasta antes da sessão. Continuo sendo muito fã dos últimos lançamentos de Bressane, e Leme não foi diferente. É um filme que conversa muito com o ótimo Filme de Amor (2003), ambos com a participação de Josie Antello.
Kubi, de Takeshi Kitano: Este, que é possivelmente o último filme de um dos grandes mestres do cinema japonês contemporâneo, foi um deleite de assistir no cinema. É sempre um bom sinal quando o primeiro plano de um filme de samurai é um close-up num corpo com a cabeça decepada.
Menu Prazer – Les Troisgros, de Frederick Wiseman: Para mim, o grande filme do Festival (em sentido literal e qualitativo). Talvez eu seja louco1, mas foram 4 horas que passaram voando. A intimidade e imersão que Wiseman consegue capturar em seus documentários persiste sendo fascinante.
Como todo bom festival, faltou assistir bastante coisa. Perdi sessões de Eureka, Perfect Days e Monster, fora a disputadíssima sessão (única!) de Priscilla, de Sofia Coppola. Acabei pulando sessões de All of Us Strangers e Pobres Criaturas, dos quais eu ouvi muitos elogios. A única mágoa que fica do festival é que o novo filme de Nanni Moretti, Il sol dell'avvenire, não fez parte da seleção.
Com o fim do Festival do Rio, segue a vez dos nossos colegas paulistas desfrutarem da 47ª Mostra de SP, que teve início na tarde de ontem (19/10). Comentaremos ela na próxima edição da Recortes!
📝 ensaios e entrevistas
sorteio de livro sobre cinema
Enquanto eu redigia a edição desta semana, acabei me lembrando que a Recortes estará completando um aninho de existência no próximo mês (18/11)!
Para comemorarmos este primeiro ano da newsletter, elaborei uma pequena pesquisa pra conhecer um pouquinho melhor dos nossos leitores. Como um pequeno incentivo, aqueles que participarem estarão automaticamente concorrendo a um exemplar físico de um livro sobre cinema, podendo escolher entre estas três obras essenciais:
O sorteio será realizado no dia 17/11, junto com a edição #34 da Recortes.
entrevistas da semana
Martin Scorsese, Hindustan Times e AP News
🤔 o que assistir nesse final de semana?
vimeo (gratuito): Groupe Cinéma Vincennes
O Palestine Film Institute, órgão responsável pela preservação e promoção do cinema palestino, disponibilizou L’Olivier (1976), filme francês pró-Palestina produzido pelo coletivo militante Groupe Cinéma Vincennes. O coletivo contava com a participação de Jean Narboni, na época redator da histórica revista Cahiers du Cinéma.
Sinopse: Narrando a história palestina e o então capítulo de sua luta, o filme serviu como um apelo de solidariedade aos grupos militantes ao redor do globo, assim como uma cobrança de compromisso político aos políticos europeus.
Duração: 92 minutos. Disponível por tempo indeterminado.
mubi ($): John Landis
A MUBI disponibilizou o filme Um Lobisomem Americano em Londres (1981), clássico cult de “terrormédia” do diretor John Landis. Foi a primeira obra a vencer o Oscar na categoria “Melhor Maquiagem”.
Sinopse: Chegando em uma pequena cidade da Inglaterra, os turistas americanos David e Jack são friamente recepcionados em um bar. Ao saírem, caminham por uma estrada deserta e são emboscados por um animal. Três semanas depois, David acorda de um coma com ferimentos do ataque. Ele se tornou o último dos lobisomens.
Duração: 98 minutos. Disponível por tempo indeterminado.
🍿 links de interesse
🐶 Imagens exclusivas de Martin Scorsese selecionando o ator principal para seu próximo filme [vídeo].
🇧🇷 Para onde vai o cinema brasileiro? Como trazer o público de volta às salas? O escritor Lucas Salgado, do Globo, reuniu uma série de atores e realizadores do cinema nacional para discutir esta questão [artigo].
✉️ O escritor Steve Stoliar resgatou uma carta que recebeu da atriz Lillian Gish, musa do cineasta D.W. Griffith. Steve havia a perguntado se os atores em filmes mudos precisavam memorizar roteiros de diálogos para ou se os diálogos eram improvisados [imagem].
🌳 Dado como perdido há mais de um século, o filme Amazonas, Maior Rio do Mundo, rodado na Amazônia em 1918 pelo cinegrafista Silvino Santo, foi redescoberto num arquivo da República Tcheca. Ele foi exibido pela primeira vez na semana passada (10/10) pelo Festival de Cinema Mudo de Pordenone, na Itália [artigo].
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