📝 ensaios e entrevistas
100 anos de Seijun Suzuki (1923 – 2017)
Essa quarta-feira (24/12) marcou o centenário do cineasta Seijun Suzuki, uma das figuras mais excêntricas e radicais do cinema japonês pós-guerra. Apesar de festejado pela crítica local, o diretor foi demitido pela Nikkatsu Corporation em 1967, após o lançamento de sua obra-prima, A Marca do Assassino – segundo o estúdio, seus filmes “não faziam sentido nem dinheiro”. Após um boicote pela indústria que perdurou uma década, Suzuki se manteve como um cineasta independente e virou fonte de inspiração para artistas como Takeshi Kitano, Wong Kar-wai e Quentin Tarantino. Dirigiu mais de 50 filmes em vida, entre eles os clássicos A Juventude da Besta (1963), Tóquio Violenta (1966) e a trilogia Taisho (1980–1991).
Seijun Suzuki, o antimestre, ensaio por Ruy Gardnier, 2020 [ensaio].
Seijun Suzuki – Uma Filmografia Comentada, por Filipe Furtado, 2020 [artigo].
Man on the moon, entrevista com o diretor para a The Guardian, 2006 [entrevista].
Authority in Minority, ensaio por Stephen Teo para a Senses of Cinema, 2000 [ensaio].
a 2ª edição da revista abismu
Saiu na penúltima terça-feira (01/12) o segundo número da Revista Abismu! A Abismu é uma nova revista digital de cinema que estreou no outubro do ano passado. Fico feliz em finalmente poder compartilhar uma edição nova dela, ainda mais por ela possuir um elenco de gigantes. A publicação é editada por Filipe Furtado, Juliana Costa, Marcelo Miranda e Pedro Henrique Ferreira.
Os conteúdos da edição são diversos, incluindo:
Uma pauta principal contendo 4 textos sobre a filmografia do casal de diretores Danièlle Huillet e Jean-Marie Straub.
Uma entrevista com Paula Gaitán, diretora do recente O Canto das Amapolas, filme premiado com o Troféu Carlos Reichenbach na última Mostra de Tiradentes.
4 ensaios inéditos:
Galáxia e o Catálogo – um diário da Longa Viagem do Ônibus Amarelo: um relato sobre o novo filme de Julio Bressane, por Leonardo Bonfim.
Ryûsuke Hamaguchi e o cinema do ouvir: texto sobre a filmografia do cineasta japonês responsável por Drive My Car (2021), por Gabriel Carneiro.
"Our ship is coming" – Ou matamos a família ou acaba o mundo: um diálogo entre filmes recentes que lidam com relações familiares norte-americanas, por Juliana Costa.
O Cangaceiro e os dois Limas: uma discussão sobre os dois homens responsáveis pelo filme O Cangaceiro (1953) – o escritor Affonso de Lima Barreto e o diretor Victor Lima Barreto, por Andrea Ormond.
Além de críticas de lançamentos recentes, de Claire Denis a M. Night Shyamalan.
entrevistas da semana
Martin Scorsese, DEADLINE: O ilustre cineasta ítalo-americano fala sobre a produção de seu novo filme, Killers Of The Flower Moon, que estreeou no Festival de Cannes no último sábado (20/05), e o atual momento em sua carreira: “Eu sou velho. Eu leio coisas. Vejo coisas. Quero contar histórias, mas não há mais tempo”.
Paul Schrader, Vanity Fair: Assim como Scorsese, Schrader sobre o processo de envelhecer como artista e o desejo de continuar produzindo filmes: “No nosso ramo, a aposentadoria só acontece quando o telefone já não toca mais, quando você não tem mais ideias”.
Kléber Mendonça Filho, O Globo: O diretor de O Som ao Redor (2012) e Bacurau (2019) comenta seu novo documentário, Retratos Fantasmas, exibido na última sexta-feira (19/05) fora de competição em Cannes.
Dario Argento, BBC: Uma rápida conversa com o cineasta italiano sobre sua filmografia.
🤔 o que assistir nesse final de semana?
youtube (gratuito): Felipe André Silva
O cineasta brasileiro Felipe André Silva disponibilizou na última terça-feira (16/05) o seu filme Passou (2020) no YouTube. Felipe foi premiado recentemente no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro pelo seu curta-metragem Cinema Contemporâneo (2019).
Sinopse: Fábio amava Pedro, que sentia algo por Carlos, que não sabia o que esperar de Fábio. Agora tudo isso já passou e não há porque olhar para trás.
Duração: 70 minutos. Disponível por tempo indeterminado.
mubi ($): David Lynch
A MUBI disponibilizou na última sexta-feira (19/05) o filme Cidade dos Sonhos (2001), do diretor David Lynch. O longa é considerado por alguns como a obra-prima de Lynch e foi eleito pela “cinefilia brasileira” como o melhor filme da década de 2000.
Sinopse: Uma jovem atriz viaja para Hollywood e se vê emaranhada numa intriga secreta com uma mulher que escapou por pouco de ser assassinada, e que agora se encontra com amnésia devido a um acidente de carro.
Duração: 147 minutos. Disponível até meados de junho.
🍿 links de interesse
🇨🇳 O último domingo (20/05) marcou o aniversário de 25 anos do filme Flores de Xangai (1998), de Hou Hsiao-Hsien [trailer do filme].
🇫🇷 Thierry Frémaux, o atual diretor do Festival de Cannes, trocou empurrões com um policial porque ele foi impedido de andar de bicicleta numa área proibida [vídeo].
🤵 Aliás, enquanto não fazemos nossa cobertura de Cannes: a GQ compôs uma lista dos 17 diretores mais bem vestidos na história do tapete vermelho do festival [artigo].
👗 E falando em gente bem vestida – um usuário do Instagram começou a registrar os looks dos personagens nos filmes de Éric Rohmer pela conta “rohmerfits” no Instagram [site].
🖼️ O designer Adrian Curry, responsável pela conta "movieposteroftheday” no Instagram, escreveu um artigo para o Notebook reunindo 30 pôsteres de filmes feitos pelo famoso designer gráfico espanhol Cruz Novillo [artigo].
🚬 Detalhe que talvez passou despercebido pela imprensa – no meio da sessão de conferência de Killers of the Flower Moon, Martin Scorsese revelou interesse em dirigir outro filme sobre a tribo indígena Osage – uma adaptação do livro A Pipe for February, do escritor Charles Red Corn [artigo].
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